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Secretário de governo no centro do escândalo do arroz importadoo põe culpa em ministros e diz que foi demitido

A Polícia Federal (PF) instaurou, na tarde desta quarta (12), um inquérito policial para investigar possíveis irregularidades no leilão realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a compra de arroz importado. 

De acordo com a corporação, o pedido de averiguação foi feito pela própria presidência da Conab, por meio de ofício, "diante de denúncias de que empresas sem histórico de atuação no mercado de cereais venceram o certame".

A Conab também solicitou à Controladoria-Geral da União (CGU) e à Corregedoria-Geral da própria empresa a imediata abertura de processo de apuração de todos os fatos envolvendo o leilão para a compra do arroz, que tem o objetivo de garantir estoques e evitar uma escalada de preço do produto, em decorrência da calamidade pública no Rio Grande do Sul, o maior produtor do grão no país.

"Estas medidas têm como objetivo garantir toda a transparência neste processo, bem como prestar contas e dar a tranquilidade que a sociedade brasileira merece", informou a Conab.

A decisão do governo federal de anular o leilão da Conab foi anunciada ontem (11), cancelando a compra das 263,3 mil toneladas de arroz que seriam importadas para o país. 

Também no mesmo dia, veículo de imprensa  noticiaram que o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária, Neri Geller, pediu demissão após suspeitas de conflito de interesse. 

Matéria do jornal Estadão revelou que o diretor de Abastecimento da Conab, Thiago dos Santos, responsável pelo leilão, é uma indicação direta do secretário. 

Além disso, a FOCO Corretora de Grãos, principal corretora do leilão, é do empresário Robson Almeida de França, que foi assessor parlamentar de Geller na Câmara e é sócio de Marcello Geller, filho do secretário, em outras empresas.

Mais cedo, nesta quarta, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, disse que o edital do novo leilão de arroz importado deve sair no prazo de uma semana até dez dias.

Porém, matéria publicada no Jornal da Cidade Online, parceiro do JAO, publicou uma nota em que Geller nega qualquer envolvimento no escândalo e estaria sendo usado como bode expiatório.

"Neri Geller (o escolhido para ‘bode’) está inconformado e resolveu esbravejar", diz a publicação.

E continua:

"Ex-secretário de Políticas Agrícolas de Lula, Geller disse que a organização dos leilões foi da Casa Civil (Rui Costa) e do ministro Carlos Fávaro, e que todos eles estavam cientes de que 78% do arroz do Rio Grande do Sul já tinha sido colhido e armazenado e o que faltava colher estava fora da área de inundação. Também disse que não pediu demissão. Foi demitido em ato assinado por Rui Costa". 

O JCO lembra que, coincidentemente, Rui Costa era o presidente do Consórcio Nordeste quando aconteceu o 'escândalo dos respiradores'.

Situações graves e desencontradas que reforçam a necessidade da abertura de uma CPI no Congresso Nacional para investigar o motivo que levou o governo federal a insistir na importação de arroz estrangeiro, mesmo com todos os pedidos e aviso para que o procedimento fosse cancelado.

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