Agricultor assassinado em Anapu liderava assentamento e denunciava invasões


Anapu (PA) — Um agricultor foi assassinado na última sexta-feira (18) na zona rural de Anapu, sudoeste do Pará, região marcada por conflitos fundiários e onde, há 20 anos, a missionária norte-americana Dorothy Stang foi morta. A vítima, identificada como líder de um assentamento com cerca de 120 famílias, era conhecida por denunciar invasões ilegais de terras e ameaças contra trabalhadores rurais.
Segundo informações preliminares, o agricultor foi alvejado por disparos de arma de fogo enquanto se deslocava pela área do assentamento. Testemunhas relataram que homens encapuzados interceptaram a vítima e efetuaram os tiros. A Polícia Civil do Pará investiga o caso, mas até o fechamento desta edição, nenhum suspeito havia sido detido.
A região de Anapu é conhecida por disputas acirradas entre pequenos agricultores e grandes fazendeiros, frequentemente envolvendo grilagem de terras e desmatamento ilegal. Desde o assassinato de Dorothy Stang, em 2005, diversos líderes comunitários e defensores da reforma agrária têm sido alvo de ameaças e violência.
Organizações de direitos humanos e movimentos sociais, como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), manifestaram preocupação com o aumento da violência no campo e cobraram ações efetivas das autoridades para proteger os trabalhadores rurais e garantir a posse legal das terras.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou que acompanha a situação e que medidas estão sendo tomadas para assegurar a integridade das famílias assentadas na região.
A morte do agricultor reacende o debate sobre a necessidade de políticas públicas mais eficazes para a resolução de conflitos agrários e a proteção dos defensores dos direitos humanos na Amazônia.
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